A briga entre o senador Marcos Pontes (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa da eleição para a presidência do Senado também tem capítulos nos bastidores. Assessor de Pontes, Rodrigo Simon declarou que há uma distância entre o que o Bolsonaro prega e como ele de fato age em momentos decisivos.
Simon enviou uma mensagem, à qual a Coluna do Estadão teve acesso, em uma lista de transmissão no WhatsApp com críticas a Bolsonaro pelo apoio a Davi Alcolumbre (União-AL) para o comando da Casa.
“Infelizmente a direita não sabe trabalhar unida. Uma pena! Bolsonaro vai lá na Av. Paulista faz discurso inflamado e a abertura do impeachment... mas na hora de agir realmente e apoiar quem é do seu partido e que está disposto a fazer a mudança (sen. Astronauta Marcos Pontes)... Não, prefere apoiar o sistema (Sen. Alcolumbre). Muito triste!”, escreveu o assessor na segunda-feira, 20.

Procurado, Rodrigo Simon disse que a mensagem é sua visão pessoal sobre o caso e não reflete a opinião de Marcos Pontes. Ele também ressaltou que é eleitor de Bolsonaro.
Pontes, por sua vez, disse que é amigo do ex-presidente, mas que sua candidatura está mantida. Ele afirmou ainda que conversou com Alcolumbre antes de se colocar como candidato. O senador amapaense teria indicado que manterá os acordos firmados com o PL.
Leia também
“A minha candidatura não atrapalha nem um pouco. Na verdade, ajuda. Porque o acordo do Alcolumbre com o PL é mantido. E se eu ganhar, o PL tem a Presidência do Senado e isso vai ser bom para o Bolsonaro, para a anistia e para as pautas que a gente defende”, disse Marcos Pontes.
Bolsonaro criticou na segunda-feira, 20, a candidatura do aliado para o comando do Senado. De acordo com o ex-presidente, Pontes não tem chances de ganhar e um eventual apoio dele faria o PL perder o comando de comissões importantes na Casa.