Parte dos coordenadores das bancadas estaduais do Congresso está insatisfeita com o governo Lula, que “tenta induzir os parlamentares a alocarem suas emendas no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”. Eles se reuniram na noite dessa segunda-feira, 20, com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Líderes que acompanharam o encontro relatam que a reunião começou tensa, mas melhorou com a chegada de Padilha, ao final do encontro. Mas houve quem deixasse o ambiente antes mesmo de a tratativa acabar, avaliando que “o governo queria forçar o Congresso a bancar um programa de iniciativa do Executivo”, disse um dos interlocutores.
A expectativa dos líderes era aproveitar a reunião para negociar o valor destinado às emendas das bancadas estaduais, fixado em R$ 316 milhões pela Comissão Mista de Orçamento. Eles queriam R$ 461 milhões. O governo não falou em valores, mas sugeriu que as emendas direcionadas via PAC poderiam ter valor dobrado com recursos do programa, se feitas para construção de equipamentos públicos.
Alguns líderes, principalmente de Estados do eixo Sul-Sudeste, deixaram o encontro frustrados. O temor da base governista é que o desgaste afete a reforma tributária.
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Agora, a ala insatisfeita espera uma nova proposta nesta terça, enquanto outros se apressam a definir as indicações das emendas. Os dois grupos têm pressa para chegar a um entendimento, pois o prazo para apresentação de emendas à Lei Orçamentária Anual vai até o dia 23 deste mês.
Quanto ao valor total das emendas, os parlamentares tentarão mudá-lo ainda na Comissão Mista de Orçamento.
Enquanto isso, um novo “furacão” se forma no Legislativo, com a expectativa de que o presidente Lula vete a desoneração da folha de pagamento.
A Coluna procurou a equipe da SRI, mas não obteve retorno até o momento. A Casa Civil também foi procurada, e respondeu:
“Esclarecemos que a reunião realizada com a bancada de coordenadores estaduais teve por objetivo esclarecer dúvidas dos parlamentares sobre a aplicação de emendas em projetos do Novo PAC. A avaliação é de que a reunião foi bastante positiva”, diz a nota.
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