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Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Bastidores: governo Lula quer evitar ‘verborragia trumpista’, mas Amorim tem defendido reciprocidade

Diplomacia brasileira calcula reação após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que deve impor tarifas de 25% sobre importação de aço e alumínio, o que afetaria produtos exportados pelo Brasil

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Foto do author Roseann Kennedy
Atualização:

Cautela é a palavra de ordem no governo Lula sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que deve impor tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio, o que afetaria produtos exportados pelo Brasil. A diplomacia brasileira e os ministros não vão entrar na “verborragia trumpista”.

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No Itamaraty e no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a orientação, nos bastidores, é para aguardar as medidas, para que sejam avaliadas tecnicamente. Mas já há uma corrente forte no governo que defende a reciprocidade. Esse tem sido um posicionamento permanente, por exemplo, do assessor para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.

Por ora, entretanto, os diplomatas ressaltam que temas comerciais são sensíveis e devem ser analisados no detalhe.

No último dia 20, logo após tomar posse, Trump afirmou que o Brasil e a América Latina precisam “mais dos EUA do que os EUA precisam deles”.

O republicano chegou a anunciar, no fim de janeiro, tarifas e a suspensão de vistos para autoridades da Colômbia após o presidente Gustavo Petro se recusar a receber aviões com imigrantes deportados dos EUA. Na ocasião, o Brasil também adotou cautela e evitou confronto direto com a Casa Branca, apesar de o governo também ter se incomodado com o tratamento dado aos imigrantes brasileiros.

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos Foto: Alex Brandon/AP