Cautela é a palavra de ordem no governo Lula sobre a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que deve impor tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio, o que afetaria produtos exportados pelo Brasil. A diplomacia brasileira e os ministros não vão entrar na “verborragia trumpista”.
No Itamaraty e no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a orientação, nos bastidores, é para aguardar as medidas, para que sejam avaliadas tecnicamente. Mas já há uma corrente forte no governo que defende a reciprocidade. Esse tem sido um posicionamento permanente, por exemplo, do assessor para assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim.
Por ora, entretanto, os diplomatas ressaltam que temas comerciais são sensíveis e devem ser analisados no detalhe.
No último dia 20, logo após tomar posse, Trump afirmou que o Brasil e a América Latina precisam “mais dos EUA do que os EUA precisam deles”.
O republicano chegou a anunciar, no fim de janeiro, tarifas e a suspensão de vistos para autoridades da Colômbia após o presidente Gustavo Petro se recusar a receber aviões com imigrantes deportados dos EUA. Na ocasião, o Brasil também adotou cautela e evitou confronto direto com a Casa Branca, apesar de o governo também ter se incomodado com o tratamento dado aos imigrantes brasileiros.
