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Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia. Com Eduardo Barretto e Iander Porcella

Caso do ‘Rei do Lixo’ avança, ameaça implodir União Brasil e pode impactar 2026; entenda

Chegada do caso ao STF também pode gerar embate direto da Corte com o senador Davi Alcolumbre; integrante do partido, ele deve assumir a presidência do Senado e terá poder para abrir a CPI sobre ‘abusos de poder’ do Judiciário; procurados, Alcolumbre, Elmar e Rueda não responderam

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Foto do author Roseann Kennedy
Foto do author Iander Porcella
Atualização:

O caso do empresário baiano Marcos Moura, conhecido como “rei do lixo” e com cargo de confiança no União Brasil, continua a assombrar o partido. Integrantes da sigla ficaram aliviados, em dezembro, com a soltura do correligionário porque temiam uma acordo de delação premiada. Mas o caso chegou agora ao Supremo Tribunal Federal (STF), por causa de uma citação ao deputado Elmar Nascimento (BA), que tem foro privilegiado. As investigações têm potencial para implodir a sigla e abalar os rumos das próximas eleições, na avaliação de caciques políticos. Esse desfecho teria mais efeito em 2026, já que o processo deve se arrastar ao longo deste ano.

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Procurados, Elmar e o presidente da legenda, Antonio de Rueda, não responderam. Há um temor de que a investigação da Polícia Federal chegue a nomes de outros deputados, senadores e demais filiados da legenda com intenção de concorrer em 2026. Além do impacto direto nas candidaturas, esse cenário tiraria força do União Brasil nas negociações para a corrida presidencial. A sigla que tem três ministérios no governo Lula trabalha para lançar a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ao Planalto.

Marcos Moura é suspeito de liderar um esquema de desvio de emendas parlamentares, em contratos fechados por prefeituras na Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Moura foi indicado para ocupar um cargo no União Brasil pelo vice-presidente da legenda, ACM Neto. O ex-prefeito não é investigado.

A chegada do caso ao STF também pode gerar um embate direto da Corte com o senador Davi Alcolumbre, que é do partido e deve assumir a presidência do Senado em fevereiro. Parlamentares lembram que o provável sucessor de Rodrigo Pacheco (PSD) terá poder, por exemplo, para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre “abusos de poder” do Judiciário. Procurado, Alcolumbre não respondeu.

Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Foto: Geraldo Magela

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