A bancada conservadora na Câmara se organizou para votar, na Comissão da Família da Câmara, um projeto que aceita a tese do nascituro — o que impediria o aborto em qualquer circunstância. A estratégia era analisar o texto na terça-feira, 14, sem resistência, visto que poucos deputados estariam no Congresso por causa véspera do feriado da Proclamação da República. Mas deu errado, pois nem mesmo os parlamentares do grupo se comprometeram a dar presença nesta semana.
A estratégia mais silenciosa do grupo para avançar com a matéria evidenciou uma mudança de estratégia. Normalmente, os conservadores optam por debates quentes no Legislativo, como forma de atrair a atenção dos eleitores para matérias de cunho ideológico. Foi assim no texto que mirava proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que acabou freado diante da repercussão negativa.
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O presidente da Comissão da Família, Fernando Rodolfo (PL-PE), colocou o projeto de lei do nascituro como único item que seria votado nesta terça-feira. A escolha impediria que a bancada progressista de pedir inversão de pauta ou tentar prolongar debates sobre outros projetos, como forma de adiar a discussão em torno do projeto de interesse dos conservadores.
Assinado pela deputada Clarissa Tércio (PP-PE), o projeto do nascituro altera o Código Civil brasileiro e estabelece que “a personalidade civil do ser humano se inicia com a concepção do embrião vivo”, o que impediria o aborto.