Deputada federal mais votada do MDB no País em 2022, Alessandra Haber (PA) entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo desfiliação do partido por justa causa. A parlamentar alega ser vítima “de grave discriminação pessoal”. Na ação, Alessandra afirma que foi alijada das atividades parlamentares e partidárias após seu marido, o prefeito reeleito de Ananindeua (PA), Dr. Daniel, romper com os emedebistas. Ele se filiou ao PSB e anunciou um duelo político com o governador Helder Barbalho (MDB) para 2026.
“Este rompimento político extrapolou a esfera jurídica do cônjuge da autora, trazendo-lhe consequências diretas e severas para a mesma, que passou a enfrentar uma série de represálias por parte da agremiação requerida”, diz o documento protocolado por Alessandra na Corte eleitoral.
A deputada conta que perdeu a vaga na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e não é mais titular em nenhum outro colegiado da Casa. Também diz não ser convocada para reuniões do partido. Procurados via assessoria, o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), e a presidência da legenda não responderam.
Reeleito com 83,48% dos votos válidos em Ananindeua, segunda maior cidade do Pará, Dr. Daniel fez das eleições municipais uma antessala da disputa de 2026, como mostrou a Coluna do Estadão. Daqui a dois anos, o prefeito pretende concorrer a governador com o objetivo de desbancar a hegemonia política do clã Barbalho no Estado.
Eleito em 2020 com apoio direto de Helder Barbalho, que tem domicílio eleitoral em Ananindeua e já comandou o município entre 2004 e 2012, Dr. Daniel trocou o MDB pelo PSB em abril deste ano por desentendimentos na formação da chapa que disputaria as eleições deste ano.