Cerca de cem representantes de entidades que atuam na área da saúde, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), assinaram uma carta contra a criação da Frente Parlamentar da Cerveja no Congresso Nacional. O grupo com mais de 200 congressistas foi lançado nesta quarta-feira, 12, durante o Seminário Internacional da Cerveja, em Blumenau (SC).
As entidades da saúde afirmam que a criação da frente contraria o princípio de que o poder público deve proteger a saúde da população. Destacam que o consumo de bebida alcoólica tem relação direta com mortes, acidentes de trânsito e violência. “O uso de álcool gera um custo de cerca de R$ 19 bilhões aos cofres públicos”, afirmam, citando estudo de um pesquisador da Fiocruz com a ACT Promoção da Saúde, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS).
Procurado, o presidente da bancada da cerveja, deputado Covatti Filho (PP-RS), disse que o grupo não incentiva o consumo excessivo de álcool e ressaltou que a indústria cervejeira representa 2% da economia nacional.
“O setor cervejeiro tem acompanhado as transformações da sociedade e investido continuamente em inovação e novas tendências de consumo responsável. Um exemplo disso é o crescimento expressivo da cerveja zero álcool, que vem ganhando cada vez mais espaço no mercado. Até 2026, estima-se que mais de 1,1 bilhão de litros de cerveja sem álcool serão comercializados no Brasil”.
O documento de criação da Frente Parlamentar da Cerveja cita que o objetivo do grupo é “promover debates, ações e políticas públicas a toda a cadeia produtiva, que envolve diversos atores e estágios, desde a produção dos ingredientes até a distribuição e consumo da bebida”.

Assinam a carta representantes das seguintes entidades: Fiocruz, ACT Promoção da Saúde, Coalizão América Saudável (Clas), Aliança Latino Americana de Ação sobre o Álcool (Alasa), Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Comitê para Regulação do Álcool (CRA), Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), Movendi Internacional e Vital Strategies.