O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se comprometeu a investir R$ 1,2 milhão no restauro da Igreja São Francisco de Assis, em Salvador, quatro meses antes de o teto do templo desabar na quarta-feira, 5, deixando um morto e cinco feridos. Procurado, o Iphan não respondeu quanto da verba já foi investida e citou, genericamente, um projeto de restauração em andamento.
O documento que formalizou o trabalho de restauração foi assinado em 1º de outubro, em uma reunião com o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Guanaes, o guardião do templo, Frei Pedro Júnior Freitas, e representantes do governo da Bahia e da prefeitura de Salvador.
Segundo o órgão, o plano era contratar serviços técnicos para elaborar projetos de restauração do templo. Na ocasião, o superintendente do Iphan na Bahia declarou que a preservação da igreja era um “passo significativo” e “uma responsabilidade compartilhada”.

Conhecida como “igreja de ouro”, a paróquia é uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Além de ser tombada pelo Iphan, é patrimônio mundial reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Procurado pela Coluna do Estadão, o Iphan não respondeu em que etapa estava o restauro do templo, prometido em outubro, nem quanto da verba de R$ 1,2 milhão já foi executada.
Em nota conjunta com o Ministério da Cultura, o Iphan citou que a “elaboração do projeto de restauração do edifício, atualmente em andamento”, sem detalhar.
“O Ministério da Cultura e o Iphan manifestam profundo pesar pelo trágico desabamento de parte do forro do teto da Igreja de São Francisco de Assis”, afirmaram os órgãos, acrescentando: “Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade às vítimas, seus familiares e à comunidade local”.