O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) arquivou um inquérito policial contra o conselheiro vitalício do Palmeiras Celso José Bellini por suposta importunação sexual. O documento foi assinado em janeiro, mas não havia sido divulgado. Bellini é alvo de uma sindicância interna no clube e ficou suspenso do cargo entre setembro e dezembro do ano passado. Procurada, a defesa do conselheiro não respondeu.
Segundo um boletim de ocorrência feito à Polícia Civil pelo pai de uma suposta vítima do caso em novembro passado, Bellini disse a adolescentes em um elevador do clube social: “Nossa, quantas meninas bonitas” e “Se não tivessem esses dois meninos aqui, bem que poderíamos fazer uma brincadeirinha”.
A promotora do caso afirmou à Justiça que a conduta atribuída a Bellini pode ser considerada inapropriada, mas não é crime contra a dignidade sexual, uma vez que não houve toque na suposta vítima. Isso porque o crime de importunação sexual envolve a prática de “ato libidinoso”, o que não aconteceu, de acordo com o MP-SP. “Os elementos constantes dos autos são precários e não apontam para a prática de crime contra a dignidade sexual”, seguiu o Ministério Público.

Como a Coluna do Estadão mostrou no último dia 5, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, negou à Justiça ter ofendido Bellini ao comentar seu afastamento do clube. Em outro processo, no qual Leila se manifestou, o conselheiro pediu à Justiça que Pereira explique uma entrevista em que buscou, segundo ele, “ofender a sua dignidade”. Essa ação judicial segue tramitando.
“O Palmeiras e a presidente do Palmeiras não toleram assédio, não aceitam condutas criminosas. O nosso clube não é lugar para assediador”, disse Leila Pereira na ocasião.