Com a reforma ministerial cada vez mais próxima, interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm se apegado a detalhes para tentar decifrar o que está na cabeça do petista, que é quem baterá o martelo sobre o novo desenho da Esplanada. Aliados do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, por exemplo, viram sinais positivos nos últimos dias, em meio a rumores de que ele poderia ser substituído no cargo pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Durante a reunião ministerial da semana passada, Lula elogiou a organização do G20 social, evento que ocorreu em novembro e ficou sob responsabilidade de Macêdo.
“Quero agradecer àqueles que trabalharam para fazer um G20 extraordinário, que certamente foi o melhor G20 já acontecido no mundo”, disse Lula aos ministros, na ocasião. A fala do presidente foi vista como um desagravo ao ministro e tem sido citada nos bastidores. O elogio ganhou peso por dois motivos. Um deles é que Lula costuma mandar recados por meio de declarações públicas, principalmente em reuniões ministeriais. O outro é que Macêdo havia sido muito criticado, inclusive por Lula, pela organização de um ato esvaziado no Dia do Trabalho, em 1º de maio de 2024.

O mote do G20 social, realizado no Rio de Janeiro, foi o combate à fome, uma das principais bandeiras de Lula. Mas a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acabou roubando a cena ao ofender o bilionário Elon Musk, dono do X e da Tesla, com a frase “fuck you”.
As mudanças na equipe de Lula começaram neste mês, com a troca de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, e devem continuar em fevereiro. Um dos objetivos é atender a partidos de centro que estão insatisfeitos com seu espaço na Esplanada, para tentar melhorar a governabilidade. Mas o presidente também pode acomodar Gleisi, que deixará o comando do PT em julho - ela poderia antecipar a saída enquanto um interino assumiria a sigla. A dirigente nega que qualquer convite tenha sido discutido, mas aliados dizem que ela não recusaria um chamado de Lula.