Não soou bem no PSB o pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o governo federal evitar palanque duplo na disputa pela prefeitura de São Paulo em 2024. O presidente da sigla, Carlos Siqueira, ressaltou à Coluna do Estadão que o PSB manterá a pré-candidatura de Tabata Amaral e conta com o apoio explícito do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do ministro do Empreendedorismo, Márcio França.
“Não há dúvida de que Lula vai apoiar Guilherme Boulos (PSOL). A pergunta que se deve fazer é: Por que Alckmin, necessariamente, teria de apoiar o mesmo candidato que Lula, se o partido dele tem candidatura própria, e muita boa candidatura?”, indagou.
Na última terça, 19, Geraldo Alckmin participou do ato de filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSB. A sigla quer lançar Datena candidato a vice-prefeito de São Paulo, em uma “chapa pura” com a deputada federal Tabata Amaral, em meio à dificuldade da sigla em fechar uma aliança com o PSDB.
Em suas redes sociais, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, fez uma postagem comemorando o ingresso de Datena ao PSB. “Urgente, urgente! Essa é a grande realidade: ele chegou. José Luiz Datena, um dos maiores comunicadores do Brasil, se filiou, hoje, ao PSB. Seja bem vindo, Datena”, escreveu na legenda da publicação.
No dia seguinte, 20, na última reunião ministerial do ano, Lula falou com Alckmin que eles não poderiam estar em palanques distintos em São Paulo.
Como mostrou a Coluna do Estadão, o presidente Lula entrou de cabeça nas articulações para a candidatura de Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo e vai atuar como seu principal cabo eleitoral. No sábado passado, 16, o petista levou o pré-candidato do PSOL a tiracolo no evento de assinatura do contrato de início de obras do empreendimento Copa do Povo, que faz parte Minha Casa, Minha Vida - Entidades. Habitação é a principal bandeira da campanha de Boulos.
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