O PT foi à Comissão de Ética Pública da Presidência da República nesta quinta-feira, 10, contra o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto por uma norma da autoridade monetária que permitiu ao Banco Master omitir riscos em seu balanço. A representação, obtida pela Coluna do Estadão, é assinada pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e afirma que pode ter havido prática de improbidade administrativa. A Coluna tenta contato com Campos Neto e o espaço segue aberto.
Como mostrou o Estadão, uma norma editada pelo BC em outubro de 2023, sob a gestão de Campos Neto, abriu brecha para que o Banco Master e outras instituições financeiras não fossem obrigadas a contabilizar o risco de carregar precatórios e direitos creditórios em seu balanço. Com isso, o Master, que tem forte participação desses papéis entre os seus ativos, pôde continuar operando sem a necessidade de receber mais aportes por parte dos sócios ou ser obrigado a vender ativos.
“Caso confirmadas tais suspeitas, pode ter havido prática de improbidade administrativa, pela ofensa aos princípios de moralidade e impessoalidade, além de eventual responsabilidade penal, se restar configurado conluio entre agentes públicos e privados para a prática de atos ilegais”, diz a representação do PT.
O partido pede que seja instaurado um processo na Comissão de Ética para apurar se Campos Neto feriu os princípios éticos e Código de Conduta da Alta Administração Federal, além de notificação e oitiva do omitir riscos em seu balanço.
Controlado pelo empresário Daniel Vorcaro, o Master entrou em evidência após ter recebido uma oferta de compra de 58% de seu capital total pelo Banco de Brasília (BRB), banco estatal do Distrito Federal.
