O senador Cleitinho (Republicanos-MG), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou nesta quarta-feira, 12, uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a escala de trabalho 6x1 (seis dias de trabalho e um de descanso) e determina a escala 5x2. O objetivo é tirar o protagonismo da esquerda, que encampou a defesa da medida no fim do ano passado com uma PEC da deputada Erika Hilton (PSOL-SP) que definia a escala 4x3.
O parlamentar conseguiu coletar as 27 assinaturas necessárias e protocolou a PEC no Senado. A proposta contou com o apoio até mesmo de um senador petista, Paulo Paim (RS). Com um texto mais brando que o da Câmara, Cleitinho acredita que sua PEC pode ser mais viável para os empresários.
“A longa jornada de trabalho tem sido, por décadas, um fator de desgaste físico e mental para os trabalhadores, além de ser uma das principais causas de problemas de saúde como o estresse, doenças cardíacas, distúrbios psicológicos e lesões ocupacionais”, diz Cleitinho, na justificativa da PEC.
Quando a discussão ganhou força no fim de 2024, alguns deputados e senadores de direita inicialmente criticaram a medida. O próprio Bolsonaro, contudo, fez um alerta: Durante evento em novembro, disse que os parlamentares do PL contrários à PEC estavam certos, mas poderiam acabar se desgastando com a população.
“Não adianta a gente discursar para quem está na ponta da linha porque a maioria não vai entender. Ele (o trabalhador) acha que pode trabalhar quatro dias por semana e está tudo bem, o patrão não vai diminuir salário, não vai ter problema nenhum, não vai encarecer o produto”, declarou Bolsonaro. Na ocasião, diversos segmentos econômicos divulgaram notas ressaltando que a PEC 4x3 aumentaria custos que poderiam impactar em demissões e reduções dos salários de contratação.
