O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou à Coluna do Estadão que ligou para o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), minutos antes de protocolar a urgência para o projeto de lei da anistia ao 8/1. Sóstenes informou a Motta que faria uma mudança em sua estratégia: diante da pressão do governo Lula para que integrantes de partidos da base retirassem a assinatura do requerimento, ele decidiu antecipar a oficialização do documento no sistema interno da Câmara. Agora, não é mais possível retirar as assinaturas. “Não perguntei nada a ele. Só comuniquei”, disse o deputado.
O requerimento foi apresentado pelo PL com apoio de 264 parlamentares, sete a mais que o mínimo necessário. A decisão de colocar o pedido em votação, contudo, depende exclusivamente do presidente da Câmara. Caso a medida seja aprovada, o projeto poderá pular etapas de tramitação e ser analisado diretamente no plenário. Motta viajou para o exterior com a família nesta semana e autorizou que os deputados votem de forma remota, o que deve esvaziar Brasília. A tendência, portanto, é que a discussão volte a ganhar força somente depois do feriado de Páscoa, na semana que vem.
Como mostrou a Coluna do Estadão, Motta procurou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de construir um acordo para revisão das das penas dos condenados pelos ataques golpistas aos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, com o intuito de construir uma alternativa à anistia, em nome da pacificação do País. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro, como mostrou o Estadão, disse que não está interessado na redução de penas, mas sim em uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
