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Com covid em alta, equipe de Lula vai de máscara à reunião com ministro de Bolsonaro, que não usa

A partir de sexta-feira, 25, equipamento de proteção será obrigatório em aeroportos e aviões no Brasil

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Por Julia Affonso
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reuniu-se com integrantes da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira, 23, na sede da pasta, em Brasília. Em meio à alta dos casos e internações por covid-19 no País, integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) participaram do encontro sem máscara. O grupo petista pôs o equipamento de proteção.

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Os ex-ministros da Saúde de governos do PT José Gomes Temporão, Arthur Chioro, Alexandre Padilha (deputado federal por São Paulo) e Humberto Costa (senador por Pernambuco) sentaram-se ao lado de Queiroga. Os petistas estavam de máscara. O atual ministro, não.

Fotos e vídeos divulgados pela equipe de transição do PT mostram que integrantes do grupo tiraram a máscara em um momento da reunião. As imagens indicam que a equipe do Ministério da Saúde ficou sem o equipamento de proteção.

Encontro entre integrantes da transição, com máscara, e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sem máscara Foto: Reprodução

Cerca de quatro de cada dez testes de covid-19 feitos na última semana deram positivo, conforme mostram dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Foram mais de 54 mil exames, tanto do tipo PCR quanto de antígeno, feitos entre 5 e 11 de novembro. Positividade e número de confirmações ainda estão distantes do que foi visto no início do ano, quando surgiu a variante Ômicron.

Nos últimos dias, o País tem enfrentado uma nova alta de infecções associada a subvariantes da Ômicron. Entre elas a BQ.1, que já foi identificada em ao menos quatro Estados, e a BE.9, descoberta no Amazonas. Com recrudescimento de infecções, especialistas destacam a necessidade de atualizar vacinação anticovid e orientam uso de máscara para pessoas mais vulneráveis.

Durante toda a pandemia, Bolsonaro promoveu aglomerações e atuou contra o uso de máscaras para evitar a propagação da doença. O presidente também disse não ter se vacinado contra a covid. Em um evento, em dezembro do ano passado, no Planalto, disse que ali era “proibido usar máscara”.

Em 7 de junho, Queiroga afirmou que não era “razoável a obrigatoriedade do uso de máscaras”, já que o Brasil não vivia mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. “Não podemos abrir mão das liberdades individuais”, disse na ocasião.

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Obrigatoriedade

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatório nesta terça-feira, 22, o uso de máscaras contra a covid-19 em aeroportos e aviões. A partir de sexta-feira, 25, os passageiros terão de usar o equipamento de proteção nos terminais e nos voos.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 23, que a decisão é uma “imbecilidade”. O filho do presidente Jair Bolsonaro informou a seus seguidores, no Twitter, que estava entrando com um Projeto de Decreto Legislativo “para sustar os efeitos desta imbecilidade vinda da Anvisa”.

A adoção de medidas não-farmacológicas, como o uso de máscara, foi tratada pela Anvisa em reunião com epidemiologistas, especialistas em saúde e representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O encontro sobre o cenário da covid ocorreu virtualmente nesta segunda-feira, 21.

A Anvisa havia tornado obrigatório o uso de máscaras em aeroportos em dezembro de 2020, no auge de uma das ondas da covid no País. A agência flexibilizou a medida em agosto deste ano, cerca de um ano e oito meses após o início da cobrança. Há três meses, o equipamento de proteção passou a ser “uma recomendação, principalmente para pessoas com sintomas de gripe e para o público mais vulnerável, como imunocomprometidos, gestantes e idosos”.

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