SÃO PAULO - O presidente Jair Bolsonaro recebeu o apoio do empresário e apresentador Silvio Santos na defesa da reforma da Previdência durante entrevista exibida na noite desde domingo, 5, mas ouviu críticas do dono do SBT sobre a flexibilização da posse de armas no Brasil.
Ao comentar sobre o projeto da reforma, que está no Congresso, Bolsonaro buscou destacar que os principais objetivos são "ajudar os pobres" e garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário para que futuras gerações tenham suas aposentadorias garantidas. "Deixo bem claro que essa reforma é para ajudar os pobres, é exatamente o contrário do que alguns políticos de esquerda vem falando", declarou.
Na entrevista, Bolsonaro não chegou a abordar detalhes técnicos da reforma ou pontos considerados polêmicos, como a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sobre a tramitação do texto no Congresso, o presidente disse apenas que a maioria dos parlamentares já está "convencida" da necessidade de se aprovar a reforma, embora isso possa gerar "desgate político" a alguns setores.
A pauta da Previdência também foi exaltada pelo próprio Silvio Santos, que comentou diversas vezes na conversa com o presidente que a manutenção das regras atuais levaria a um quadro inflacionário no País. “Se não tiver a reforma da Previdência, vai ter inflação”, disse o empresário e apresentador.
Em outros momentos, quando Bolsonaro tentou mudar de assunto, Silvio Santos retomou o tema da reforma previdenciária, salientando que ela é mais importante do que outras medidas do governo. Ele disse que tem 88 anos e nem sabe se está aposentado ou não. "Já estou vivendo de gorjeta com 88 anos", disse Silvio.
Faroeste. A única discordância entre os dois veio à tona quando o dono do SBT questionou o presidente sobre a flexibilização do posse de armas. Silvio disse que "não pode aprovar (a medida) porque vai virar o faroeste". Bolsonaro respondeu que a medida já havia sido feita por decreto e que ela segue o modelo de política adotado nos Estados Unidos, onde o empresário tem residência.
"Mas nos Estados Unidos o cara vai para a cadeia e fica lá. Aqui é piada", rebateu Silvio. O presidente enfatizou que o pacote anticrime do minsitro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) vai endurecer a pena para crimes violentos.
Durante a entrevista, Bolsonaro falou ainda brevemente sobre outras iniciativas de sua gestão, como a recém-assinada "MP da Liberdade Econômica", para reduzir a burocracia e estimular investimento privado no País, e as mudanças que ainda serão propostas para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), como ampliação da validade do documento de cinco para dez anos e do número máximo de pontos de infração de trânsito para o motorista ter a carteira cassada.
Em clima bastante discontraído, Silvio Santos disse que Bolsonaro havia chegado à Presidência da República por sorte porque "ninguém conhecia" e perguntou ao presidente como foi carregar a bolsa de colostomia na barriga após o atentado que ele sofreu durante a campanha eleitoral em 2018 e se ele tinha ciúmes da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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