Condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e meio por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já declarou que recorrerá em todas as instâncias. O próximo passo do ex-presidente, portanto, é apelar ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, onde o recurso do petista será analisado pela 8.ª turma, formada por três desembargadores.
O presidente do TRF-4, desembargador Carlos Eduardo Thompson, afirmou, nesta quinta-feira, 13, que o recurso do Lula deve ser analisado no tribunal antes das eleições de 2018, até agosto.
Saiba abaixo quem são eles.
Aos 52 anos, João Pedro Gebran Neto atua no TRF4 há pelo menos quatro. Recentemente, ganhou o título de doutor honoris causa em Direito à saúde e foi coordenador do Comitê Executivo da Saúde do Paraná. Ex-promotor do Estado do Paraná, Gebran se considera amigo de Moro, que "colaborou decisivamente com sugestões e críticas" para um de seus livros. Ambos fizeram mestrado com o mesmo orientador na Universidade Federal do Paraná no início dos anos 2000. Por isso, os advogados de Lula já argumentaram contra Gebran, afirmando que ele tem "estreitos e profundos laços de amizade com o juiz Sérgio Moro".
Doutor em Direitos e Garantias do Contribuinte pela Universidade de Salamanca, na Espanha, Leandro Paulsen tem 47 anos. Se tornou juiz federal aos 23, logo após o fim da sua graduação, e já foi auxiliar da ministra Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal (STF). Dedicou toda sua carreira ao Direito Tributário, tema sobre o qual já escreveu 11 livros, mas desde sua posse no TRF-4, em 2013, passou a trabalhar na área penal. Ao lado de Moro e Fachin, esteve na lista tríplice para ocupar a vaga de Joaquim Barbosa no mesmo tribunal.
Vindo de uma família de advogados e desembargadores e formado na Universidade Federal de Santa Catarina, Victor Luiz dos Santos Laus, 54 anos, é ex-procurador da República no MPF e o mais experiente de sua turma no TRF-4, onde trabalha desde 2003. Apesar de não aplicar decisões muito severas, Laus é famoso no meio jurídico por ser um juiz bastante rígido e de postura silenciosa. Além de analisar os recursos da Lava Jato na segunda instância, ele ainda julga os processos da Operação Carne Fraca, em que a JBS é investigada.