Atualizado às 22h30 Brasília - Cada vez mais isolado na CPI da Petrobrás na Câmara, o PT viu na tarde desta terça-feira, 24, a comissão aprovar três requerimentos de convocação de pessoas ligadas ao partido – inclusive seu tesoureiro, João Vaccari Neto. Por sua vez, o PMDB conseguiu blindar os três operadores apontados pela Operação Lava Jato que relacionam a legenda ao esquema de corrupção na estatal. Dentre os 97 requerimentos aprovados, estão os de convocação de Vaccari, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e de novo depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobrás, já ouvido pela CPI. Foram solicitados depoimentos do presidente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Nilo Vieira; de Venina Velosa, ex-gerente executiva da Diretoria de Refino e Abastecimento da Petrobrás; e de Augusto Mendonça, executivo da Toyo Setal. As datas desses depoimentos ainda não foram marcadas.

Os deputados também concordaram em pedir a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de Barusco e de seu antigo superior, o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, vinculado ao PT. Amanhã, seria ouvido o representante da SBM Offshore no Brasil, Júlio Faerman, mas ele não foi encontrado pela comissão. Segundo Barusco, foi a Faerman que ele pediu os US$ 300 mil entregues a Vaccari para a campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Para substituir o depoimento de Faerman, a CPI convocou às pressas a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster, que já prestou depoimento a outras comissões do Congresso, inclusive à CPI mista aberta no ano passado. “Ficar ouvindo apenas ex-presidentes e ex-diretores da Petrobrás não fica uma imagem muito boa para a CPI”, disse o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da comissão da Câmara. Conforme o Estado divulgou na semana passada, partidos que integram a CPI fizeram acordo para não convocar políticos para prestar depoimento. Se os investigados quiserem, podem se apresentar espontaneamente. Até o momento, apenas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falou voluntariamente, em sessão na qual acabou elogiado pela quase unanimidade dos integrantes da comissão.

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