A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras na Câmara dos Deputados só voltará a se reunir na próxima quinta-feira, 19, para ouvir o depoimento de Renato Duque, ex-diretor de Serviços e Engenharia da estatal. Duque é apontado como um dos articuladores do grupo que teria beneficiado o PT no esquema de corrupção na companhia. Em depoimento à CPI na última terça-feira, 10, o ex-braço direito de Duque confirmou a "institucionalização" do pagamento de propinas na estatal a partir de 2004. Segundo o ex-gerente de Serviços Pedro Barusco, Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, eram "protagonistas" do esquema. O PPS já protocolou um requerimento pedindo a acareação entre os três acusados. Para o Ministério Público Federal (MPF), teriam sido captados na gestão de Duque cerca de R$ 650 milhões em propinas sobre contratos fechados de 2004 a 2012 com as seis empreiteiras que teriam integrado cartel para assumir negócios bilionários na estatal.
O informe sobre a oitiva já foi encaminhado a Duque, mas seus advogados ainda não responderam. Como se trata de convocação, o ex-diretor é obrigado a comparecer à sessão.
Na próxima terça-feira, 17, os membros da Mesa da CPI, líderes, relator e sub-relatores se reunirão para discutir os 315 requerimentos protocolados até hoje na comissão e que ainda não foram apreciados. O objetivo é fazer uma triagem das solicitações apresentadas e votá-las de forma conjunta. Só 109 requerimentos foram votados no plenário.
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