O delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antônio Valencise, disse hoje que das 14 testemunhas ouvidas em depoimento, entre funcionários e ex-funcionários do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), 12 delas confirmaram as fraudes nos serviços de varrição de rua do município durante a gestão petista, entre 2001 e 2004. Apenas uma negou e outra nem confirmou e nem desmentiu a existência do esquema de superfaturamento dos valores em favor da empresa Leão Leão. Outros sete moradores de bairros confirmaram que suas ruas nunca foram varridas por funcionários da Leão Leão, como constavam em ordens de serviços. Dessa forma, a informação da Polícia Civil contraria a versão do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, que ontem, em depoimento à CPI dos Bingos, disse que "um ou dois fiscais" do Daerp teriam citado que havia fraude de documentos e ordens de serviços. "A única pessoa que negou a existência das irregularidades demonstrou uma negativa acompanhada de dados", disse Valencise, afirmando que as pessoas que confirmaram as fraudes estavam embasadas em documentações. Perguntado sobre a declaração de Palocci, que mencionou "suspeitar que eles (funcionários e ex-funcionários) fizeram a alteração por conta", o delegado foi enfático: "Ninguém mexe por conta numa condição daquelas, dentro de uma repartição pública." Valencise mantém os nomes das testemunhas em sigilo para evitar que elas sofram pressões ou sejam coagidas. A reportagem do Estado conseguiu contatar uma das testemunhas que denunciou as fraudes e que se limitou a confirmar tudo o que declarou em depoimento à polícia. Para o delegado, as declarações de Palocci à CPI não mudam o rumo das investigações policiais e novos depoimentos serão marcados nos próximos dias. Ainda serão ouvidas algumas pessoas que podem esclarecer mais detalhes importantes para a conclusão do inquérito que apura peculato e corrupção ativa e passiva praticadas por agentes públicos, além de falsidade ideológica. Entre os que irão depor estão o ex-prefeito Gilberto Maggioni (PT), seu ex-chefe da Casa Civil, Nelson Collela, Isabel Bordini (ex-superintendente do Daerp), Luiz Cláudio Ferreira Leão e Donizeti Rosa. Outras pessoas, que não tiveram seus nomes revelados, também serão intimadas a depor.
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