O deputado estadual Cícero Ferro (PMN) foi preso nesta sexta-feira, 29, pela manhã quando compareceu ao Fórum da Justiça Estadual, em Maceió. Ele ia prestar depoimento no processo que responde como mandante da morte do vereador Fernando Aldo, assassinado em 1º outubro do ano passado na cidade de Mata Grande, a 272 quilômetros da capital alagoana. O crime teria custado R$ 20 mil ao deputado. Ele também é um dos parlamentares indiciados por um suposto esquema que causou prejuízo de R$ 280 milhões dos cofres da Assembléia Legislativa do Estado. A prisão de Ferro foi determinada pelo juiz da 17ª Vara Criminal, José Braga Neto, que aguardava o parlamentar para colher seu relato. O depoimento estava marcado para às 7 horas, mas o deputado só apareceu às 8h20. Com o atraso, o juiz decidiu adiar o testemunho e decretar a prisão do parlamentar. Ferro era considerado fugitivo da Justiça e podia ser preso a qualquer momento. Ele já tinha faltado a outros depoimentos. Ele só compareceu ao Fórum depois que a juíza Maria Tereza de Assis Moura, da 6ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu ontem um habeas-corpus em favor dele. Segundo o advogado do parlamentar, Welton Roberto, não houve prisão alguma, apenas um mal-entendido entre o deputado e o juiz, que ainda não teria recebido a comunicação oficial do STJ sobre a concessão do habeas-corpus. O deputado negou a participação no crime e disse que está sofrendo perseguição política por parte de seus adversários, mas não citou nomes. No entanto, o juiz Braga Neto explicou que determinou a prisão do deputado pelo entendimento de que o habeas-corpus concedido pelo STJ servia apenas para a prisão em flagrante e não para a preventiva decretada após Ferro não comparecer aos depoimentos e ser considerado foragido da Justiça.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.