O diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Victor Martins, negou hoje, em depoimento na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, qualquer envolvimento em supostas irregularidades na distribuição dos royalties do petróleo a prefeituras do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a revista Veja, Martins estaria sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por participar de negociação para facilitar o pagamento de R$ 1,3 bilhão em royalties a prefeituras fluminenses. Victor Martins afirmou que o dossiê contra ele, supostamente elaborado pela PF, é "apócrifo" e foi produzido por um "araponga". Ele relacionou ainda o aparecimento de seu nome nas denúncias ao fato de ser irmão do ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Franklin Martins. "Querem me atingir pessoalmente. De 20 dias para cá, eu deixei de ser o Victor Martins e passei a ser irmão do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins", disse.Ao lado da mulher, Josenia Bourguignon Seabra, que também depôs hoje na comissão, Martins admitiu ser sócio da empresa Análise Consultoria e Desenvolvimento e afirmou que na ANP "é impossível" qualquer diretor deliberar sozinho sobre royalties. "Todos os atos foram feitos dentro da legalidade. A ANP não é beneficiária de qualquer recurso proveniente de royalties", disse. "Dessa forma é impossível haver algum desvio pela ANP", justificou-se.Acompanhado de toda a cúpula da ANP, que fez questão de ficar todo o tempo do depoimento na Comissão, Victor considerou ainda "escandalosa" a informação existente no suposto relatório da PF de que sua empresa receberia R$ 260 milhões em comissão por negociação na distribuição de royalties entre os municípios. "No conjunto, os municípios vão receberam R$ 130 milhões. Como iam pagar R$ 260 milhões para minha empresa?", indagou Martins.
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