A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, afirmou nesta quinta-feira, 11, que Jair Bolsonaro (PSL) diz "coisas desagradáveis que são intransponíveis na França" e que não o vê como um representante desse espectro político. As declarações da política, que foi derrotada nas eleições francesas de 2017 com 34% das intenções de voto contra 66% do centrista Emmanuel Macron, foram dadas em entrevista ao Canal France 2.
Quando questionada sobre se desejava a vitória do candidato do PSL, que disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), Le Pen afirmou que essa era uma decisão que cabia apenas ao povo brasileiro. Ela disse, no entanto, que o candidato focou sua campanha contra a corrupção e a criminalidade, o que lhe rendeu apoio popular. Segundo ela, a votação de Bolsonaro, que obteve 49,2 milhões de votos no primeiro turno, deve-se a uma reação dos brasileiros à insegurança.
"É uma criminalidade endêmica que atinge a liberdade dos brasileiros, que lançaram o alerta de que a segurança é uma prioridade para eles", afirmou. Quando a política francesa foi questionada sobre declarações de Bolsonaro, que já disse que preferia ver os filhos mortos caso fossem homossexuais e de que mulheres merecem ganhar menos porque engravidam, ela afirmou que o não vê no especto da extrema direita. "Não vejo Bolsonaro como um candidato de extrema direita. Ele diz coisas extremamente desagradáveis que são intransponíveis na França. São culturas diferentes", afirmou.
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