A deputada federal eleita Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson, delator do caso do mensalão em 2005, foi detida por crime eleitoral na manhã deste domingo. Ela foi levada para a 15ª Delegacia de Polícia (DP), na Gávea, zona sul do Rio. Cristiane estava com um grupo detido por fiscais do Tribunal Regional Eleitora (TRE-RJ), acusado de fazer propaganda boca de urna.
No boletim divulgado pouco após o meio-dia, a diretora-geral do TRE-RJ, Adriana Brandão, confirmou que um “candidato eleito” estava entre as 78 pessoas detidas no Estado do Rio na parte da manhã deste domingo. Cristiane é vereadora no Rio.
O Estado ainda não localizou a deputada para comentar o episódio, mas ela escreveu sobre o assunto na sua página no Facebook. Cristiane, que apoia a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República, repudiou sua detenção. “Passei pelo constrangimento de ter meu direito ao voto confundido com a prática ilegal da boca de urna, ato que jamais pratiquei, nem em minha própria campanha”, escreveu a deputada eleita.

No comentário do Facebook, Cristiane relatou o ocorrido. “Fui votar no bairro onde moro há anos, encontrei 2 pessoas amigas no caminho e fomos abordados pela polícia. Meus amigos deixaram imediatamente suas bandeiras e, mesmo assim, nos dirigimos pacificamente a delegacia, para esclarecimentos”, contou.
Segundo o TRE-RJ, os casos de crime eleitoral são objeto de inquérito da Polícia Federal (PF). Nas delegacias da Polícia Civil de cada Estado, o crime é registrado e, dependendo da gravidade do crime, o acusado pode ficar detido ao longo de todo o dia. O inquérito é respondido em liberdade.
Pela lei eleitoral, a propaganda de boca de urna é crime, punido com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa.