A caravana vai ao Supremo horas depois do encontro de Cármen Lúcia com o advogado de Lula José Paulo Sepulveda Pertence, que já presidiu à Corte e foi o padrinho de sua indicação para ocupar uma vaga de ministro, no governo justamente de Lula.
Não é o primeiro grupo de parlamentares a fazer pressão, porque deputadas e senadoras do PT e de partidos alinhados também já foram ao gabinete da presidente, aliás, sem hora marcada e exigindo que fossem recebidas.
Cármen Lúcia avisou desde o início que não poria na pauta do plenário a revisão da prisão após condenação em segunda instância, alegando que essa questão já passou por três votações recentes e um novo julgamento, por causa de um único réu, seria "apequenar o STF". Ela cumpriu a palavra, não incluindo o tema na pauta de abril.
Ela é alvo de fortes pressões em sentido contrário, tanto de aliados de Lula, tanto de milhares de e-mails e telefonemas, na maioria defendendo que o STF mantenha a prisão segunda instância. Se nenhum ministro puser em mesa a questão em abril, Lula já poderá estar preso em maio.