Alvo de um sem número de pressões, tanto corporativas quanto até partidárias, Temer já decidiu que, como é do meio jurídico, professor de Direito Constitucional, só indicará para o Supremo alguém que ele conheça, respeite intelectualmente, não tenha se manifestado contra a Lava Jato e esteja em sintonia com os projetos estratégicos do seu governo, como a reforma da Previdência e a flexibilização trabalhista.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho, se enquadraria nesse perfil e agradaria FHC, boa parte dos tucanos e o ministro do STF Gilmar Mendes. Ele foi assessor da Subchefia da Casa Civil quando FHC era presidente da República e Gilmar Mendes atuava na área jurídica do governo, com gabinete no Planalto. Gandra, porém, tem sido o mais combatido entre os candidatos à vaga no Supremo, por ser contra o casamento gay e, sendo celibatário, já ter defendido que as mulheres devem obedecer aos homens.
Como já disse Temer a amigos a quem tem consultado sobre nomes, "se for para ser criticado, prefiro ser criticado nomeando o Alexandre". Referia-se ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que é professor de Direito, tem livros publicações e também é identificado não apenas com Temer, mas principalmente com os tucanos de São Paulo. Assim como Gandra, Moraes também enfrenta forte resistências.