BRASÍLIA - O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, foi acionado para apaziguar os ânimos entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, após carta pessoal que foi vazada à imprensa. Adams chegou à residência oficial da vice-presidência pouco antes da meia noite desta segunda-feira, onde Temer já se reunia com outros nomes que têm sido vinculados a conspirações ou abertamente favoráveis impeachment da presidente.
Adams teria telefonado para Michel Temer pouco após o vazamento da carta que o vice-presidente escreveu à Dilma Rousseff, pontuando situações em que ela e o governo desconfiaram da lealdade dele e do PMDB. Temer, que já se reunia com outros peemedebistas no Palácio do Jaburu, em Brasília, aceitou receber também o advogado-geral. A tarefa de Adams era tentar acalmar os ânimos e retomar o diálogo entre o vice e a presidente.
Temer, que havia chegado à Brasília por volta das 21h, se reunia com os também peemedebistas e ex-ministros da Aviação Civil, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Padilha, que sucedeu Moreira Franco, havia oficializado sua demissão da pasta também nesta segunda-feira. Considerado um dos nomes mais próximos do vice-presidente, sua saída aumentou os rumores de conspiração contra Dilma Rousseff. Por volta de 1h da madrugada, os peemedebistas ainda não haviam deixado a residência oficial.
Participaram da reunião outros nomes entusiastas do impeachment, como o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), ligado à ala mais rebelde do partido e favorável ao afastamento de Dilma. O presidente do PSC, Pastor Everaldo, que deu sinal verde à bancada para votar pelo impeachment na comissão especial que será instaurada na Câmara, também foi visto deixando o Palácio do Jaburu.
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