PUBLICIDADE

Em primeiro comício, Lula fala em cumprir a Bíblia e a Constituição

Petista fez acenos às mulheres e chamou Bolsonaro de ‘fariseu’

Foto do author Eduardo Gayer
Por Eduardo Gayer

BELO HORIZONTE, ENVIADO ESPECIAL — No primeiro comício da campanha eleitoral, em Belo Horizonte, o candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez acenos a evangélicos, mulheres, negros e indígenas. Em tom emocionado, e por vezes até ofegante, afirmou ser preciso cumprir a Constituição e a Bíblia.

O Broadcast Político já havia antecipado pela manhã desta quinta-feira, 18, que Lula faria um discurso com componentes voltados ao público evangélico, na tentativa de se proteger da ofensiva de seu principal adversário, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro, sobre o segmento que corresponde a 30% do eleitorado.

Brazil's ex-president Luiz Inacio Lula da Silva delivers a speech during a political gathering as part of his campaign for the presidency, at Praca da Liberdade in Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil, on August 18, 2022. - Brazil holds presidential elections on October 2. (Photo by Douglas MAGNO / AFP) Foto: Douglas Magno/AFP

PUBLICIDADE

“A gente tem que olhar a Constituição e ela tem que ser cumprida”, afirmou Lula em Belo Horizonte. “A gente tem que olhar a Bíblia e ela tem que ser cumprida”, acrescentou, em seguida.

O petista voltou a chamar Bolsonaro de “fariseu”. “É heresia falar o nome de Deus em vão, como faz esse cidadão que não quero citar o nome”, disse o candidato. “Estamos enfrentando uma pessoa desequilibrada, desestruturada. Estamos enfrentando pessoa que acha que tem que estimular ódio, é o contrário do que queremos”, seguiu. “Ele está mais para fariseu do que para cristão, não respeita ninguém.”

Lula também fez acenos às mulheres. “Não queremos que a mulher continue sendo tratada como se fosse objeto de cama e mesa nesse País. Queremos que a mulher seja sujeita da história, possa querer fazer o que ela quiser, do jeito que ela quiser, e para isso ela tem que ganhar o mesmo salário que o homem, fazendo a mesma função”, afirmou, sob aplausos de apoiadores.

Aos indígenas, prometeu novamente a criação do Ministério dos Povos Originários e o fim do garimpo ilegal. Lula atacou o racismo e se comprometeu a “reconstruir” os ministérios da Igualdade Racial, da Mulher, e da Micro e Pequena Empresa - este anunciado na quarta-feira. “Queremos que o povo negro tenha o direito de ocupar os melhores empregos, os melhores cargos, as melhores universidades, é por isso que brigamos pelas cotas”, seguiu Lula, em discurso que durou cerca de meia hora.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.