Em resolução, PT reforça discurso do golpe e convoca militantes contra o impeachment

Para a cúpula do partido, as gravações feitas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, denotam que objetivo do processo é 'estancar' as investigações da Operação Lavo Jato

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BRASÍLIA - Em resolução aprovada nesta terça-feira, 31, integrantes da Executiva Nacional do PT mantêm o discurso do golpe e reforçam o argumento de que as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, têm como objetivo "estancar" as investigações da Operação Lava Jato. O encontro da cúpula da legenda foi realizado na sede do partido em Brasília.

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O conteúdo das conversas gravadas por Machado com integrantes da cúpula do PMDB também deve fazer parte do documento de defesa de Dilma, previsto para ser entregue amanhã na comissão do impeachment do Senado.

Os áudios realizados por Machado culminaram, nos últimos sete dias, na queda dos ministros do Planejamento Romero Jucá e da Transparência Fabiano Silveira. Nos diálogos gravados, Jucá fala em pacto para deter as investigações. Já Silveira discute estratégias de defesa de investigados da Lava Jato.

"A suposta agenda 'ética' do governo golpista se esfarela. Tudo confirma que uma das faces do golpe é a interrupção do combate à corrupção, processo que avançou enormemente com as medidas implementadas durante os governos Lula e Dilma", diz trecho do documento que inicia com a frase: "Não ao Golpe, fora Temer, em defesa da democracia, nenhum direito a menos!".

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Presidente afastada Dilma Rousseff Foto: Reuters

No texto, a cúpula do partido também convoca os militantes para se mobilizarem para reverter a votação do impeachment de Dilma no plenário do Senado, prevista para ocorrer até o próximo mês de setembro. Também foi reservado um espaço para críticas às mudanças estabelecidas pelo governo interino na agenda econômica. Para os dirigentes do PT, Temer promoverá redução nos direitos sociais.

"A perspectiva de redução de direitos no campo da Previdência Social; de cortes no Bolsa Família, no programa Minha Casa Minha Vida, no ProUni e no FIES, fim da política de valorização do salário mínimo, fim da vinculação de recursos para educação e saúde, a abertura da exploração do pré-sal às grandes petrolíferas transnacionais, dentre outras, mostra claramente a que veio o golpe: implementar e aprofundar o programa neoliberal derrotado nas eleições de 2014", diz trecho do documento.

A cúpula do PT também cita a mudança da meta fiscal promovida pelo governo Temer, aprovada na semana passada pelo Congresso. Na proposta do governo interino foi fixado um déficit de R$ 170,5 bilhões. O valor estabelecido inicialmente pelo governo Dilma foi de R$ 96,6 bilhões, uma diferença de R$ 73,9 bilhões.

"Em verdade, o governo usurpador, ao inflar os números em relação ao chamado déficit fiscal, pretende justificar e legitimar o programa neoliberal, com profundos cortes orçamentários voltados às politicas sociais, e fortalecer os setores rentistas ao qual devem estar submetidos, de acordo com essa lógica, os setores dinâmicos da economia. As medidas de corte nos direitos sociais anunciadas receberam o rechaço dos movimentos sociais e das centrais sindicais", diz trecho da resolução do PT que trata sobre o tema.

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