
Dos R$ 27 milhões recebidos pela empresa de Lula nos últimos quatro anos, cerca de R$ 10 milhões foram pagos por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. É o que aponta, segundo a revista Veja, um relatório elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda. De acordo com o documento, a Lils (iniciais de Luiz Inácio Lula da Silva), empresa que gerencia as palestras do ex-presidente, recebeu R$ 9.851,582,93 de empreiteiras investigadas pelo esquema de corrupção e cartel em contratos da Petrobrás. Com depósitos de R$ 2,8 milhões, a Odebrecht encabeça a lista. Anteontem, foi divulgado um diálogo gravado legalmente em 15 de junho entre Alexandrino Alencar, executivo da empreiteira, e Lula. Os dois discutiam as repercussões da defesa que o presidente e herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, fez de obras no exterior tocadas com verbas do BNDES. Na relação aparecem as empreiteiras Andrade Gutierrez, com R$ 1,9 milhão; OAS, também com R$ 1,9 milhão; e Camargo Corrêa, com R$ 1,4 milhão; e Queiroz Galvão, com R$ 1,2 milhão. Como pagadoras de valores inferiores a R$ 1 milhão aparecem Quip e UTC. Apenas em 2015, os analistas do Coaf enviaram cerca de 2.300 relatórios à Polícia Federal, à Receita Federal e ao Ministério Público. Segundo Veja, o relatório sobre a Lils classifica a movimentação financeira da empresa como incompatível com o faturamento. Dos R$ 27 milhões, a Lils investiu R$ 12,9 milhões em aplicações financeiras e depositou R$ 5 milhões em um plano de previdência privada. Foram pagos R$ 3 milhões em impostos, enquanto R$ 4,3 milhões foram transferidos a Lula; ao presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto; e aos filhos do ex-presidente - Lurian, Luís Cláudio e Sandro. O relatório indica R$ 1,8 milhão destinados a “outros”. O Estado procurou a assessoria do ex-presidente, mas não obteve resposta até esta edição ser concluída.