BRASÍLIA – O início do ano legislativo no Congresso Nacional foi marcado por uma disputa entre a base governista e a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O embate não foi entre propostas, e sim entre bonés, inspirados nos utilizados pelos apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se transformaram em instrumentos de provocação entre os parlamentares nesta segunda-feira, 3.

Neste sábado, 1.°, os ministros licenciados do governo Lula para votar nas eleições da Câmara e do Senado usaram bonés azuis (cor relacionada ao Partido Democrata, opositor de Trump nos EUA) com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”. Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a ideia da frase partiu do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o marqueteiro Sidônio Palmeira. “Pedi para o Sidônio pensar uma frase, Sidônio mandou a frase. Foi um sucesso”, disse Padilha no sábado.
Segundo a assessoria de Padilha, já foram confeccionados 100 bonés, das mais variadas cores, distribuídos para os parlamentares governistas. Nesta segunda, deputados do PSOL e do PT, por exemplo, estiveram com peças fabricadas em verde e amarelo, cores que remetem à bandeira do Brasil.
A referência utilizada por Sidônio é o lema de Trump “Make America Great Again” (Torne a América Grande de Novo, na tradução), adotado nas campanhas de Trump. Tanto o republicano quanto seus apoiadores adotaram o uso dos bonés.
Um dos políticos da direita que utilizou o boné de Trump foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na posse do republicano, no último dia 20, o governador compartilhou um vídeo utilizando a peça com a legenda “grande dia”, em referência à máxima adotada pelo padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta segunda, a oposição decidiu usar o item para responder à base governista. O novo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), fabricou 30 bonés em verde e amarelo com a frase: “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026″. A provocação não parou por aí, também houve paródias com uma marca famosa de café chamada na peça de “Nemcafé” e uma foto de Bolsonaro em uma embalagem de carne com os dizeres: “Picanha Black”.
O líder do PL na Câmara teve a ideia no domingo, 2, e disse que foi uma resposta direta a Sidônio. Em uma postagem nas redes sociais, o parlamentar mostrou como foi a distribuição das peças no gabinete da liderança do partido.
“Um recado para o Brasil todo aqui. Comida barata novamente, Bolsonaro 2026. Ninguém aguenta mais pagar café caro. Nem picanha nem café”, disse Sóstenes.
