A presidente da CPI dos Cartões Corporativos, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), disse nesta quarta-feira, 21, à rádio CBN que é "mentira" a versão do ex-funcionário da Casa Civil José Aparecido Nunes, segundo a qual a planilha com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria sido enviada a André Fernandes, assessor do senador tucano Álvaro Dias (PR) por "engano". "Não dá para engolir", disse Marisa, afirmando que outros parlamentos compartilham a mesma impressão que ela. Veja também: CPI decide hoje acareação entre suspeitos do dossiê Ouça explicações de Aparecido sobre o dossiê Ouça assessor tucano confirmando 'amizade quente' com Aparecido Ouça versão de assessor tucano sobre troca de e-mails Veja o dossiê com dados do ex-presidente FHC Entenda a crise dos cartões corporativos Teste seus conhecimentos: quem diz o que sobre o dossiê A presidente da CPI disse ainda que espera aprovar o requerimento para acareação de Aparecido e Fernandes ainda nesta quarta. O depoimento do ex-servidor foi suspenso na noite da última terça e também deve continuar a partir das 9h30. Segundo ela, a acareação deve ajudar a esclarecer as diferentes versões de Fernandes e Aparecido à comissão. Marisa afirmou, porém, que o pedido só deve ser aprovado com o apoio da base aliada, que resiste à idéia e tem maioria na CPI. Ainda em seu depoimento, Aparecido negou que teria repassado qualquer informação sobre os dados de FHC à imprensa e disse que nunca falou sobre esse assunto com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Não tive nenhuma participação neste banco de dados. Não digitei nenhum caracter nestas tais planilhas. Nunca, nunca mesmo, conversei sobre isso com a ministra Dilma", afirmou. Em outro momento do depoimento, ele voltou a isentar a ministra de participação na elaboração do documento, assim como Erenice Guerra, braço direito de Dilma. Fernandes e Aparecido entraram em contradição em diversos pontos do depoimento. O ex-funcionário disse que sua secretária foi indicada pelo assessor do senador tucano. Pouco antes, Fernandes negou a indicação. Parlamentares da CPI acusaram o assessor de falso testemunho. O depoimento de Aparecido e de Fernandes divergem em outra versão. O assessor tucano negou que tenha pedido ao ex-servidor da Casa Civil para trabalhar no governo, mas Aparecido confirmou o pedido. Aparecido declarou que no início do primeiro governo do PT, Fernandes lhe enviou currículo pleiteando o cargo de secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento. Em seu depoimento, Fernandes disse que tinha apenas indicado Nélio Lacerda (amigo comum e e funcionário do governo do Distrito Federal) para trabalhar na Casa Civil e confirmou, embora tenha ressalvado não ter sido indicação sua, que uma prima de terceiro grau trabalha na Casa Civil. Aparecido declarou que Fernandes pediu pela prima.