Falta vacina contra meningite C em São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

Consultórios médicos e várias clínicas de São Paulo enfrentam a falta de vacina que protege contra meningite C, produzida pela farmacêutica inglesa Wyeth. Incentivados por pediatras e preocupados com o aumento do risco da doença, característico nesta época do ano, muitos pais de classe média têm procurado imunizar seus filhos. Como a produção da vacina é limitada, os estoques do produto acabaram. Agora, em muitos consultórios há uma lista de espera de candidatos para as primeiras doses de reposição e uma intensa mobilização entre pais, que trocam informações sobre os locais onde a vacina poderá ser encontrada. Cada dose custa em média R$ 120. "Tenho um monte de amigas ligando aqui para casa. Todas souberam que consegui vacinar meu filho e querem saber onde foi, para poder levar seus filhos", diz Patrícia Avena. Há 15 dias, ela vacinou o filho João, de 2 anos, depois de ficar dias em uma lista de espera. A filha mais velha, Clara, de 6, foi vacinada no início do ano. "Para ansiosos, alguns dias de atraso são extremamente preocupantes." Efeitos colaterais Além da ansiedade dos pais, a espera pela vacina pode trazer um efeito colateral. Para crianças menores de 1 ano, é preciso aplicar três doses do imunizante, em meses pré-definidos. Para alguns especialistas, quando não se respeita o prazo para aplicação, corre-se o risco de a proteção, com a primeira dose, diminuir. O pediatra do Hospital Albert Einstein Roberto Bittar diz não haver estudos sobre as conseqüências do atraso. "Mas, de fato, não é algo recomendável." Boa parte dos médicos indica o uso dessa vacina. "Ao contrário do que ocorria com outros imunizantes, esta é bastante eficaz", diz o professor de pediatria da Santa Casa, Júlio Toporovski. Não há um aumento significativo de casos da doença na cidade: "A vacina é uma segurança a mais. Isso não significa que quem não está vacinado corre risco iminente." A meningite pode ser provocada por vírus ou bactérias. As virais são chamadas de "benignas", por não trazerem riscos graves. As bacterianas podem ser desencadeadas por meningogocos A, B ou C. Há ainda as causadas por pneumococos ou hemófilos. Para as duas últimas, também há vacina.

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