Fernando Holiday entra com ação para impedir pagamento de show de Daniela Mercury no 1° de maio

Evento ainda teve presença de Lula, pré-candidato do PT, e valores foram cobertos por meio de emendas parlamentares de vereadores do PT e do Solidariedade

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Por Redação
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O vereador de São Paulo, Fernando Holiday (NOVO), entrou com uma ação contra a Prefeitura da cidade e a cantora Daniela Mercury para tentar suspender o pagamento do show realizado em 1º de maio na Praça Charles Muller, parte das celebrações do Dia do Trabalhador, organizado pelas centrais sindicais. O evento contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Planalto, e aliados, boa parte dos quais também deve disputar cargos no pleito de outubro. Segundo informações do Diário Oficial do município, os cachês e os custos de produção foram pagos com recursos públicos por meio de emendas parlamentares de vereadores do PT e do Solidariedade, partido que declarou apoio a Lula.

Em sua rede social, o vereador afirmou que é um “absurdo” que o dinheiro público tenha sido utilizado para “um verdadeiro showmício na capital de SP”. Holiday também defendeu que a cantora deve devolver o dinheiro imediatamente e, se ainda não recebeu, deve ser privada de receber o pagamento.

"É um absurdo que dinheiro público seja usado um verdadeiro showmício na capital de SP", publicou o vereador Fernando Holiday (NOVO). Foto: Afonso Braga/Câmara Municipal de São Paulo

Daniela se apresentou após o discurso do ex-presidente e declarou apoio à candidatura de Lula nas eleições deste ano, o que fez com que a cantora fosse alvo de críticas de opositores do petista, sob acusação de que as comemorações foram transformadas em showmício.

A resolução nº 23.671 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) veta a realização de showmício, presencial ou virtual, com presença de artistas para promover os nomes dos candidatos. A exceção são os shows e eventos que têm com objetivo específico de arrecadar recursos para a campanha, sem que haja pedido de voto. Além disso, o período em que de fato é permitido fazer campanha e pedir votos só começa no segundo semestre.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, afirmou que a emenda que viabilizou os shows partiu do vereador Sidney Cruz (Solidariedade), no montante de R$ 360 mil – dos quais foram utilizados R$ 187 mil. A Secretaria ainda informou que o evento do 1º de Maio é realizado anualmente pelas centrais sindicais, que foram responsáveis pela infraestrutura, curadoria e conteúdo exposto durante as comemorações.

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A produtora que administra a carreira de Daniela Mercury disse que sua contratação foi feita pela MGioria Comunicações e que a artista não recebeu recursos da Prefeitura. “O valor do cachê foi quitado integralmente pela MGioria. A produtora da artista esclarece que não recebeu nem receberá nenhum recurso da Prefeitura. A produtora Mgiora foi contratada pelas centrais sindicais para produzir a parte cultural do ato do 1º de Maio”, disse.

Entretanto, no Diário Oficial do município, a produtora Califórnia Produções e Edições Artísticas, da qual Daniela é sócia, foi indicada como contratada. O documento informa que o valor de R$100 mil será pago 30 dias após a data de entrega da documentação referente ao serviço.

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