O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, reiterou hoje que as centrais sindicais não pretendem entrar na Justiça com mais uma ação para obrigar o governo a efetuar o pagamento aos trabalhadores da correção de 68,9% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) referente aos Planos Verão e Collor I. Segundo o sindicalista, as entidades preferem organizar manifestações para ganhar a causa "no grito". "Não vamos brigar na Justiça, porque vai demorar muito. Vamos fazer barulho", ameaçou. Os representantes das três centrais sindicais(Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores, a CUT, e Central Geral dos Trabalhadores, a CGT) se reúnem na próxima terça-feira, dia 13, com o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, para apresentar uma proposta de acordo conjunta, elaborada com a ajuda do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese). Entre as propostas estão o emprego de 10% dos recursos anuais da Desvinculação das Receitas da União (DRU) entre 2002 e 2004, no valor estimado de R$ 9,6 bi; emissão de Notas do Tesouro Nacional (NTN) neste ano, que devem resultar em R$ 8,7 bi ao longo de três anos; aumento da alíquota do Imposto de Renda das instituições financeiras para 27,5%, equivalente à das pessoas físicas, o que deve resultar em R$ 4,9 bi em três anos; cobrança de contribuição social das empresas de 10% sobre o saldo do Fundo nos casos de demissão sem justa causa, o que deve gerar R$ 3 bi; repactuação da Dívida de Responsabilidade da União (R$ 9,9 bi); utilização do Patrimônio Líquido do FGTS cujo dinheiro em caixa é de R$ 8,7 bi. O governo arcaria com 40% do valor total da correção e os empresários, com 60%. "O governo queria nos tomar a multa do FGTS por meio de uma MP ou projeto de Lei. Não concordamos. Então o governo que enfrente os empresários. Eles têm de pagar uma parte da conta."