O diretor de Competitividade Industrial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mário Bernardini, disse hoje que a "Agenda de Governo Biênio 2001-2002" é feita de "velhas idéias requentadas", como as propostas de reformas política e tributária e a discussão sobre um substituto para a CPMF, sem chances de aprovação pelo Congresso no governo de FHC. "É um capa nova para um conteúdo antigo", resumiu o empresário. A instabilidade política, surgida após a conturbada eleição para as presidências do Congresso, motivou a apresentação da agenda, de acordo com Bernardini. Ele acredita que o presidente da República, ao apresentar iniciativas, tenta adiar a discussão sobre sua sucessão, convocando a base aliada para sustentar esta agenda. Segundo ele, o mérito da agenda é a destinação de R$ 67 bilhões para projetos da área social. "Não dá para viver politicamente da instabilidade monetária que não é um fim em si, mas um meio", disse Bernardini, um crítico constante da ausência de uma política de desenvolvimento para o País. "São temas que foram sacrificados no altar da estabilidade econômica", afirmou o diretor da Fiesp. Ao apresentar esta agenda, Bernardini acha que FHC está se antecipando à agenda política que norteará o debate da eleição presidencial de 2002. "A discussão não será sobre os juros, o câmbio e o dólar", completou. "Desta vez, se discutirá qual é o melhor modelo econômico para o Brasil".