A Companhia Paranaense de Energia (Copel) entrou hoje, na Justiça Federal em Londrina, com um mandado de segurança em interdito proibitório para que os índios caingangues da reserva Apucaraninha liberem os dois funcionários que são mantidos na usina que a empresa possui dentro das áreas indígenas. Os dois funcionários foram proibidos de deixar o local desde a meia-noite de quarta-feira. Os índios pedem uma indenização de R$ 71 milhões pela exploração da usina e R$ 20 mil por mês como arrendamento pelo uso das terras. A Copel fez a oferta de R$ 110 mil por ano, em parcelas mensais entregues diretamente aos índios, pelo arrendamento, e propôs uma consultoria para analisar os danos ambientais e culturais para se determinar a indenização. Os índios alegam que a Copel não os deixa participar da consultoria. De acordo com a Copel, José Carlos Feitosa e Salomão de Oliveira estão mantendo a usina funcionando. Construída em 1949, ela tem capacidade para 9,5 megawatts, atendendo cerca de 50 mil consumidores. A reserva indígena possui aproximadamente 1.500 índios. Segundo a Copel, a Fundação Nacional do Índio (Funai) recebe por ano R$ 60 mil pelo arrendamento das terras. O advogado dos índios, César Bessa, disse que hoje enviou notificação para os interessados em comprar a Copel informando sobre as reivindicações dos índios.
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