O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luiz Fux, manifestou nesta quinta-feira, 16, “extrema tristeza” pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips. Fux afirmou às famílias e aos amigos das vítimas que “a luta do indigenista e do jornalista para garantia dos direitos humanos e da preservação da Amazônia jamais será esquecida”.
O CNJ anunciou a criação de um grupo de trabalho para acompanhar o caso. O órgão afirmou que vai “acompanhar os desdobramentos e a efetiva punição dos eventuais culpados, para garantia da célere prestação da justiça”. Os representantes da sociedade civil dos Observatórios de Direitos Humanos e do Meio Ambiente da entidade vão fazer o acompanhamento.
Nesta quarta-feira, 15, o principal suspeito pelo desaparecimento de Bruno e Dom, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou ter assassinado os dois. Os restos mortais do indigenista e do jornalista foram encontrados na região do Vale do Javari, na Amazônia, e estão sendo levados de avião para Brasília, onde uma perícia deve confirmar a identidade e a causa da morte.
Ainda há vários pontos a esclarecer sobre os assassinatos. A Polícia Federal (PF) mira novos suspeitos de envolvimento e busca esclarecer por completo a motivação do crime.
TSE lamenta mortes e destaca trabalho de Bruno nas eleições
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nota em que lamenta “com profundo pesar e consternação” as mortes. O presidente da Corte, ministro Edson Fachin, enviou às famílias “os mais sinceros sentimentos pelo trágico desfecho”. O magistrado afirmou que é “imperativo constitucional que a sociedade e o Estado respeitem os povos tradicionais” e que “uma imprensa livre, segura e plural é condição essencial para uma sociedade democrática”.
O TSE destacou que Bruno Pereira foi parceiro da Justiça Eleitoral nas eleições de 2014, quando instalaram-se cinco seções eleitorais no Vale do Javari. Foi a primeira votação na Terra Indígena da região. “Esse auxílio foi fundamental para que indígenas da região pudessem exercer a cidadania por completo ao eleger seus representantes. Na época, viviam cerca de 5,5 mil indígenas das etnias Marubo, Matís, Mayuruna, Kanamary e Kulina”, diz a nota.
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