O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), alertou hoje para o risco de o governo enfrentar no Congresso as mesmas dificuldades que teve durante a votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), rejeitada em dezembro, para votar o Orçamento da União deste ano. O senador refere-se ao clima de hostilidade entre oposicionistas e governistas depois do anúncio do pacote para compensar as perdas com o chamado imposto do cheque, que inclui cortes nos três Poderes. Com a redução de despesas, Legislativo e Judiciário vêem cair por terra propostas que somavam R$ 1,2 bilhões em investimentos, principalmente em obras como construção de novos anexos na Câmara e no Senado e de várias sedes de tribunais e outras instituições da Justiça. A votação do Orçamento adequado ao fim da CPMF está prevista para a segunda quinzena de fevereiro. O recesso parlamentar termina dia 6 do mesmo mês. "Acho que novamente está faltando entendimento. O acirramento dos ânimos não ajuda, pode haver um protelamento (na votação do Orçamento). Está na hora de sentar para conversar com a oposição para termos um ano legislativo mais tranqüilo. Novamente, o que está faltando, mais do que a discussão do conteúdo, é o encaminhamento da discussão no Congresso", afirmou Garibaldi.