Vereadores mineiros do PT aderem à ‘guerra dos bonés’ e usam adereço em plenário

Os bonés foram usados em resposta a vereadores do PL na Câmara Municipal de Belo Horizonte

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Foto do author Raisa Toledo
Por Raisa Toledo
Atualização:

A “guerra de bonés” se espalhou para além do Congresso Nacional. Nesta terça-feira, 4, os vereadores Pedro Rousseff, Pedro Patrus e Luiza Dulci, do Partido dos Trabalhadores (PT), usaram o acessório azul na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

O boné é idêntico ao usado por deputados federais, pelo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT) e até pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.

O vereador Pedro Rousseff exibe o adereço em stories do Instagram. Foto: @pedrorousseff via stories do Instagram

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Segundo o jornal Estado de Minas, Pedro Rousseff, Pedro Patrus e Luiza Dulci colocaram os bonés depois de uma fala do vereador Vile Santos (PL), que foi à tribuna para defender o uso de algemas em brasileiros deportados, por se tratar de um “procedimento normal do governo americano”.

Logo depois, o vereador Pablo Almeida (PL) se dirigiu ao microfone com um boné que levava a mensagem “Sem café, sem picanha e sem cerveja”.

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A movimentação é semelhante ao que tem ocorrido na Câmara dos Deputados, com uma disputa entre lulistas e bolsonaristas. Na manhã desta terça, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a prática e a postura dos parlamentares envolvidos.

“Para mim, boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do País. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta para pensar em como ajudar o Brasil a ir para frente”, escreveu ele em publicação no X (antigo Twitter).

Na Câmara Municipal de Belo Horizonte, posição semelhante foi adotada pelo vereador Helton Júnior (PSD), para quem a disputa atrapalha a construção de políticas públicas para a população da capital mineira.

“Se a gente ficar permitindo que a pauta nacional contamine a discussão municipal, a polarização esteriliza o debate. Não somos a Câmara Federal de Belo Horizonte”, afirmou, conforme o Estado de Minas.

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O uso dos bonés começou neste sábado, 1.º, nas sessões que elegeram os novos presidentes da Câmara e do Senado Federal, quando os ministros licenciados do governo Lula para votar usaram os bonés azuis. Segundo Alexandre Padilha, a frase foi ideia do novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), o marqueteiro Sidônio Palmeira. “Pedi para o Sidônio pensar uma frase, Sidônio mandou a frase. Foi um sucesso”, disse Padilha no sábado.

Segundo a assessoria do ministro, já foram confeccionados mais de 100 bonés, das mais variadas cores, que foram distribuídos para parlamentares governistas do Brasil.

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