Mourão diz que apoiadores de Bolsonaro precisam aceitar vitória de Lula: ‘Agora tem de governar’

Atual vice-presidente e senador eleito ainda defendeu que uma possível intervenção, solicitada nas ruas por apoiadores de Bolsonaro, é uma medida ‘extrema’ capaz de implicar em sanções contra o País

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Por Redação
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O vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Republicanos do Rio Grande do Sul, afirmou na última sexta-feira, 2, que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) devem aceitar a vitória do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Está chegada a hora de as pessoas compreenderem que ele foi eleito e agora tem de governar”, disse. Desde a divulgação do resultado do segundo turno, apoiadores do chefe do Executivo têm protestado na frente de quartéis e em rodovias contra o resultado das urnas. Mourão defendeu as manifestações, alegando que as pessoas estão demonstrando seu “inconformismo” com o processo eleitoral”.

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“Em primeiro lugar, as pessoas que estão nas ruas se manifestando de forma ordeira e pacífica, e muitas vezes sendo taxadas de golpistas e antidemocráticas, estão externando seu inconformismo com um processo eleitoral que teve os seus vícios. O principal vício ocorreu quando a Suprema Corte simplesmente anulou todos os processos aos quais o ex-presidente Lula foi submetido, julgado e condenado. É algo que, na minha visão, foi uma manobra jurídica que permitiu que o ex-presidente voltasse ao jogo”, disse o atual vice, em entrevista ao site Gaz, do Rio Grande do Sul.

“Tenho certeza de que os protestos teriam que ter acontecido naquele momento, não agora. A partir do momento em que aceitamos participar do jogo com esse jogador, que não poderia participar, tudo poderia acontecer, inclusive ele vencer, conforme venceu. Está chegada a hora de as pessoas compreenderem que ele foi eleito e agora tem que governar.”

Para o vice-presidente, uma possível intervenção, solicitada nas ruas por apoiadores de Bolsonaro, é uma medida ‘extrema’, capaz de implicar em sanções contra o País. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Mourão alegou ainda que uma intervenção militar no dia ou antes da posse de Lula seria uma medida “extrema”, para a qual “não há uma causa”. “(A intervenção) é um movimento que não pode acontecer porque as consequências para essa mesma população que está na rua protestando seriam terríveis. É importante que as pessoas compreendam que não temos liberdade de manobra para uma ação fora do que prevê a Constituição. Isso redundaria em sanções contra o nosso País e, consequentemente, desvalorização da nossa moeda e amento de juros e inflação, uma situação muito difícil”, explicou o vice-presidente.

Sobre a passagem da faixa presidencial, Mourão voltou a negar a possibilidade de Bolsonaro renunciar ao final do ano para escapar da cerimônia. “Pelo que sei, o presidente não irá passar a faixa e também não irá renunciar. Consequentemente, alguém colocará a faixa em uma almofada e entregará ao novo presidente após ele subir a rampa”, disse.

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