O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) ocupou hoje a tribuna para responder às acusações de que faz parte de um suposto esquema do sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, e cobrou o que chamou de omissão do Banco Central. "Se é golpe financeiro e prejuízo ao sistema financeiro, quais os motivos que levaram o Banco Central a não tomar nenhuma medida? Por que a omissão do Banco Central?", indagou. Segundo ele, a operação da Polícia Federal já estava anunciada e "era propósito firme de Paulo Lacerda", ex-diretor da PF e atual diretor-geral Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O senador disse que a operação da Polícia Federal e a prisão de Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pita e do investidor Naji Nahas resultaram da divisão da própria Polícia Federal. "A questão que está em jogo aqui é a divisão da PF", frisou. Fortes questionou a razão que levou a PF a prender apenas pessoas ligadas ao Opportunity e revelou que foi procurado por um jornalista, que teria uma gravação de um telefonema dele com Daniel Dantas. Ele disse que a conversa gravada seria sobre um depósito de dinheiro em um paraíso fiscal. "Renuncio ao mandato se aparecer qualquer alguma conta minha em paraíso fiscal", prometeu. Heráclito Fortes é amigo pessoal do vice-presidente do Opportunity, Carlos Rodemburg, que foi casado com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas. Rodemburg e Verônica foram presos na operação Satiagraha. O senador propôs que o ministro da Justiça, Tarso Genro, requisite na Itália os processos envolvendo transações de companhias telefônicas. "Vou responder e rebater a toda insinuação. Faz menos mal dizer que sou amigo de Dantas do que ser amigo de Waldomiro Diniz e dos aloprados", concluiu Heráclito Fortes.
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