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Incra descarta reintegrar famílias

Grupo foi expulso por arrendar lotes para produtores de cana

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Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela e SOROCABA

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de São Paulo considerou ontem "fora de questão" a hipótese de reintegração das 12 famílias expulsas do Assentamento Bela Vista, em Araraquara, interior de São Paulo, por terem arrendado os lotes para produtores de cana-de-açúcar. De acordo com o Incra, os excluídos não serão beneficiados com a cessão de lotes em outros assentamentos, pois uma norma de 2005 proíbe nova inclusão de quem já foi beneficiário do programa de reforma agrária. O instituto argumenta que, além de prejudicar a diversidade de culturas antes mantida no assentamento, a exploração de cana se estendeu à área de reserva legal, que deveria ser preservada. As vistorias do Incra no Bela Vista constataram que há cana em 80% dos 176 lotes, mas nos 12 havia características de monocultura, por isso seus donos foram expulsos. Mais de R$ 1,3 milhão foi gasto em melhorias no assentamento, mas mesmo assim muitos assentados preferem a cana. INVASÃO No domingo, o grupo de excluídos de 12 lotes liderou uma invasão do assentamento que resultou em confronto. Vários barracos e um carro foram incendiados. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas. Os invasores disseram aos novos ocupantes que teriam de deixar os lotes imediatamente, senão seus barracos seriam queimados. De acordo com uma fonte do Incra, antes de tomar qualquer medida o instituto vai aguardar a apuração da Polícia Civil sobre a eventual participação de assentados na invasão e tentativa de expulsar os novos ocupantes. Caso seja confirmada, os envolvidos também podem ser punidos administrativamente. A área permanecia ontem sob tensão e com vigilância da Polícia Militar. O assentado Alexandre Santos Fernandes, de 31 anos, foi esfaqueado em um bar do assentamento, mas não ficou provado se a briga teve relação com o confronto.

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