Os rumos incertos e perigosos do momento político atual

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Por José Álvaro Moisés
Atualização:

Não estou seguro de que todas as pessoas responsáveis desse país â?? inclusive meus colegas da universidade e, especialmente, os cientistas políticos â?? estão se dando conta de modo completo das implicações e das consequências do retorno da violência na vida pública brasileira. Só não vê quem não quer que o clima de mal estar com o funcionamento da democracia â?? e em grande parte com o governo de Dilma Roussef e do PT â?? está dando lugar a iniciativas as mais variadas que, antes de se apoiar no diálogo, na negociação e nas instituições de representação â?? usam a violência como forma de protesto, de ação e de expressão.

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A morte de um jornalista, os ônibus queimados, os abusos das milícias, e também das polícias, o pânico da população â?? tudo está dando sinais de que, aos poucos, em todas as esferas da vida o conflito legítimo de sociedades complexas como a nossa está sendo tratado como se sua única solução fosse o uso da força, da violência e da depredação. Não me digam, por favor, que os governos ditos de esquerda ou seus opostos, os conservadores, estão sabendo o que fazer, nem que os partidos de qualquer orientação estão conectados com a população. Não importa mais a controvérsia se o presidencialismo de coalizão funciona ou não, o que precisamos perceber é que o país está entrando em um clima e em uma atmosfera perigosa, que ameaçam a democracia, a convivência social e tranquilidade das pessoas.

Acho melhor olhar isso de frente logo, com clareza e percepção, e começar a pensar em saídas para tudo isso do que esperar o caos se instalar. Desculpem-me o desabafo, mas estou sufocado pela apreensão pelo que estou vendo ocorrer no Brasil contemporâneo, sem vislumbrar saídas de lado nenhum. Queria saber aonde estão as nossas lideranças, e o que elas têm a dizer de tudo isso.

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