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Kalil e Lula estreiam pré-campanha em MG; ex-prefeito é alvo de inquérito por suposto caixa 2

Segundo denúncia apresentada à Polícia Federal, o ex-prefeito de Belo Horizonte teria recebido doações de concessionárias de ônibus para as campanhas eleitorais de 2020 e 2022

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Por Davi Medeiros
Atualização:

O ex-prefeito de Belo Horizonte e pré-candidato do PSD ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD), recebe nesta quarta-feira, 15, o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Uberlândia, inaugurando o palanque “Lulil” no Estado. A união com Lula é tida como uma das principais apostas para o mineiro avançar na disputa; as últimas pesquisas de intenção de voto mostram o atual governador, Romeu Zema (Novo), com boa vantagem em relação a ele.

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Será o primeiro evento público da chapa PSD-PT em Minas. Com Lula - e a indicação do deputado estadual petista André Quintão como vice - Kalil busca novo impulso a sua pré-campanha, atingida esta semana pela revelação de que a Polícia Federal instaurou inquérito para apurar se o ex-prefeito recebeu vantagem indevida por parte de empresários do transporte público da capital mineira. A investigação foi aberta no dia 1º de junho e é fruto dos depoimentos colhidos pela CPI da BHTrans, no ano passado, mas se tornou pública apenas esta semana.

Segundo a denúncia, que foi apresentada pelo Ministério Público de Contas do Estado, proprietários de concessionárias de transporte da capital mineira teriam contribuído - e continuariam a contribuir - com a campanha de Kalil para o cargo de prefeito, nas eleições de 2020, e agora em sua pré-campanha para o governo. O ex-prefeito teria omitido as doações de sua prestação de contas à Justiça Eleitoral.

Polícia Federal investiga se Alexandre Kalil (PSD) recebeu doações indevidas de concessionárias de ônibus da capital mineira.  Foto: Washington Alves/Estadão

A corporação também investiga se Adalclever Lopes, ex-secretário municipal de Kalil, recebeu doações não registradas para sua pré-campanha para deputado estadual.

De acordo com a representação, o repasse de recursos teria sido feito em contrapartida de “significativas liberalidades econômicas” - isto é, vantagens ilícitas oferecidas pela Prefeitura em favor dessas empresas.

A denúncia que deu origem ao inquérito teve como base o depoimento do ex-chefe de gabinete de Kalil, Alberto Lage, à CPI da BHTrans. O colegiado investigava contratos da Prefeitura com as concessionárias de ônibus responsáveis pelo transporte na capital. Na ocasião, Lage indicou a existência de um esquema de Caixa 2 gerenciado por Adalclever para favorecimento em campanhas eleitorais.

Eleitoreiro

Em nota enviada ao Estadão, Kalil classificou o inquérito como “eleitoreiro” e disse que a CPI foi “totalmente política”.

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“Investiguem! Chegou a campanha eleitoral e corrupto é que tem medo de investigação de Ministério Público e Polícia Federal. Essa CPI foi totalmente política, armada pelo Palácio Tiradentes. É tema requentado que já foi debatido antes. Não passa de ‘novidade’ eleitoreira”, afirmou.

Por meio da assessoria, Adalclever Lopes informa que não tem conhecimento do inquérito. Ele diz que no período citado, 2020, ele sequer trabalhava na Prefeitura e, mesmo depois de nomeado, não tinha relacionamento institucional com a BHTrans.

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