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Lira fala em “desarmar espíritos” e diz que vitória de Lula não deve ser contestada

Aliado de Bolsonaro, presidente da Câmara rejeita “revanchismo” e “perseguições”

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Foto do author Lauriberto Pompeu
Por Lauriberto Pompeu

BRASÍLIA – Em seu primeiro pronunciamento após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), declarou que o resultado das urnas não deve ser contestado e disse que é hora de “desarmar os espíritos”. Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi derrotado pelo petista, Lira também pediu que não haja “revanchismo” nem “perseguições”.

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“A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”, afirmou o presidente da Câmara, em tom conciliador. “É hora de desarmar os espíritos, estender a mão aos adversários, debater, construir pontos, propostas e práticas que tragam mais desenvolvimento, empregos, saúde, educação e marcos regulatórios eficientes.”

Lira acompanhou a apuração dos votos em Brasília, ao lado de aliados, como o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e dos deputados André Fufuca (PP-MA), Celso Sabino (União-PA), Danilo Forte (União-CE) e Hugo Leal (PSD-RJ).

Líder do Centrão, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), apoiou Jair Bolsonaro, mas disse que o recado foi dado nas urnas e é preciso levar a sério.  Foto: Adriano Machado/Reuters

Neste domingo, 30, o presidente da Câmara também sofreu um revés em sua base eleitoral. O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), apadrinhado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi reeleito e derrotou Rodrigo Cunha (União Brasil), candidato apiado por Lira.

Em um recado indireto a Lula, o presidente da Câmara disse que aceita o resultado da eleição, mas pediu que o petista não o confronte. “Da mesma forma que reafirmamos a lisura, a estabilidade e a confirmação da vontade popular, não podemos aceitar revanchismos ou perseguições, seja de que lado for”, avisou.

Líder do Centrão, Lira destacou as reformas econômicas e disse que o perfil do Congresso eleito neste ano ajudará a pautar os projetos. “As urnas já haviam falado em 2 de outubro passado, quando apontou que quer um Brasil no caminho das reformas, de um Estado menor e mais eficiente. Esse recado foi dado e deverá ser levado a sério”, disse ele.

Lula ainda não tem uma estratégia clara sobre a disputa pela presidência da Câmara, que vai ocorrer em fevereiro de 2023, mas parte de seus aliados não descartam uma composição com Lira. Como forma de se manter no comando da Casa, Lira tem buscado o apoio do União Brasil, inclusive sugerindo uma fusão do partido com o PP.

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