BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rechaçou “veto ideológico e partidário” ao dividir o palanque pela primeira vez com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um evento com dirigentes estaduais e municipais de todo o País, realizado em Brasília.
As declarações ocorreram nesta segunda-feira, 10, na cerimônia de entrega do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, premiação voltada para os municípios que tiraram nota máxima no atendimento a requisitos do Ministério da Educação pela busca da alfabetização de crianças na idade certa.
“A gente vai voltar para casa tendo certeza do que está acontecendo aqui hoje, em Brasília, neste salão. Não é uma manifestação qualquer. É uma manifestação, primeiro, republicana, porque aqui não tem veto ideológico, não tem veto partidário, não tem veto religioso e não tem veto de gênero”, disse.

Lula acrescentou: “Aqui, nós convidamos as pessoas que se comprometeram a cuidar melhor da nossa educação”. Na ocasião, o presidente também disse que “está na hora de o Brasil ser um país desenvolvido”.
Recém-eleito presidente da Câmara, Motta também discursou na cerimônia e elogiou o programa do governo. Também estiveram presentes ministros, governadores, parlamentares e representantes dos municípios.
‘Dinheiro tem’, diz Lula ao falar sobre recursos da educação
O presidente afirmou que o País tem dinheiro para implementar políticas de educação e que, enquanto ele for o chefe de governo, não faltarão recursos para reconstruir a área.
“Dinheiro, tem. É só a gente dizer que vai colocar dinheiro, e vocês viram o que estamos fazendo na educação, viram quanto de dinheiro o Fundeb tem”, disse o petista. “O papel do tesoureiro é sempre dizer não, e o papel do outro é sempre querer mais. Agora, entre o não do tesoureiro e a reivindicação do cara, eu posso decidir. E enquanto eu for presidente da República não vai faltar recurso para a gente recuperar a educação deste País”, declarou Lula.
O petista afirmou que costuma dizer aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Camilo Santana (Educação) que é necessário investimento para construir escolas. Ele mencionou o passado da educação pública brasileira, quando o ensino tinha mais qualidade, mas atendia a uma parcela menor da população.
“Quando é todo mundo, é preciso um pouco mais de recurso, é preciso um pouco mais de dinheiro, e é isso que estamos fazendo. Eu falava para o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad e falo para o Camilo [Santana, ministro da Educação]: toda vez que a gente quer fazer uma coisa a mais alguém diz que não tem dinheiro”, disse o chefe do governo.
“Esse país teve governantes que achavam que o País deveria ser governado apenas para 35% da população. Para 35% da população a gente não teria problema de Orçamento, não teria problema de déficit fiscal. Ia sobrar dinheiro, porque ia governar para menos gente e gente com mais riqueza”, afirmou o petista. Ele também afirmou que é necessário participação dos prefeitos para promover políticas educacionais.
Lula também criticou quem classifica o piso salarial dos professores como alto demais. “É um trabalho nobre demais apenas por R$ 4.800, e tem gente que acha que é caro”, declarou o petista