Lula rejeita tese desde 2006

Presidente nunca admitiu hipótese de concorrer em 2010

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rejeita a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato desde antes de assumir o segundo. Em entrevista por e-mail ao Estado, na reta final da campanha eleitoral de 2006, ele foi taxativo: "Não há hipótese de mudar regras para permitir um terceiro mandato." Em 2007, cinco meses depois de tomar posse para o segundo período de quatro anos, Lula voltou à carga, em entrevista coletiva. "A Constituição não permite e acho imprudente alguém tentar apresentar qualquer mudança permitindo um terceiro mandato", afirmou. "Não brinco com democracia." Passados dois anos e inúmeras respostas negativas depois, o presidente voltou a usar o argumento de que não brinca com a democracia na terça-feira, na Guatemala, ao reiterar sua oposição a uma eventual mudança constitucional que o autorizasse a concorrer novamente em 2010. "Alguém que quer o terceiro mandato pode querer o quarto, o quinto, o sexto", explicou. O fantasma do terceiro mandato foi exposto inicialmente por um ex-aliado de Lula, Cristovam Buarque, em 2006. Cristovam, que rompeu com o petista após ser demitido do Ministério da Educação, disse na época temer que o presidente cedesse à "tentação do chavismo". No PT, a causa da mudança constitucional para permitir a continuidade do governo Lula foi abraçada pelo deputado Devanir Ribeiro (SP). Mas já em 2007 Lula o desautorizou. Desde então, nenhum representante de peso do partido articulou a apresentação de uma proposta com esse sentido no Congresso. Mas 32 dos 78 deputados do PT assinaram o projeto reapresentado ontem pelo peemedebista Jackson Barreto (SE). No fim do governo Fernando Henrique Cardoso também houve rumores sobre a possibilidade de o então presidente concorrer por uma terceira vez. Em maio de 2002, o deputado José Carlos Fonseca (ES) defendeu, em uma reunião do então PFL (hoje DEM), a "rerreeleição" de FHC. Desautorizado, Fonseca foi voto vencido, mas seu colega Pauderney Avelino chegou a dizer que, "numa crise ou no caos", não haveria como fugir da terceira candidatura.

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