O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira, 21, durante café da manhã com integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que vai vetar o projeto de regulamentação da Emenda 29, que amplia recursos para a saúde, se a Câmara dos Deputados não incluir na proposta uma fonte de recursos. A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo. De acordo com relato de Feijóo, o presidente da República argumentou que não se pode criar uma despesa permanente com base no crescimento da arrecadação, que poderá não ocorrer. "O presidente afirmou que as pessoas dizem que está havendo um crescimento da arrecadação. Então, como a gente faz? Monta hospital, contrata médico e depois, se a arrecadação cai, demite e fecha os hospitais?", relatou Feijóo sobre as declarações de Lula. Veja Também: Congresso deve definir nova fonte para saúde, diz Bernardo Governo não vai participar de recriação da CPMF, diz Múcio Não há iniciativa do governo para ajudar Emenda 29, diz Lula Governo não apresentará proposta de nova CPMF, diz Múcio Entenda a Emenda 29 Entenda a cobrança da CPMF Na última terça-feira, um acordo entre os líderes da base aliada do Palácio do Planalto definiu que os governistas vão mesmo propor a instituição de um novo tributo com alíquota de 0,1% para custear o aumento de gastos para a área de saúde previsto no projeto. Segundo estimativa, a arrecadação poderá chegar a R$ 10 bilhões no próximo ano. Para fugir da idéia de que estão, na prática, ressuscitando a CPMF, mas com alíquota menor, os líderes querem chamar o novo tributo de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que também incidiria sobre as movimentações financeiras e seria criada por meio de uma lei complementar. Destacou que Lula foi enfático na posição de vetar o projeto se não houver fonte de recursos. "A fonte de receitas para a emenda 29 tem de ser permanente", afirmou Feijóo. Informou ainda que Lula não sugeriu, no café da manhã, nenhum tipo de fonte para a emenda 29, mas manifestou preocupação com o assunto. "Ele (Lula) disse que as pessoas se queixam que pagam plano médico, só que abatem o plano médico do imposto de renda. É como se os pobres pagassem para o sujeito ter plano médico. O presidente tem razão", sublinhou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, segundo quem Lula considerou tratar-se de um subsídio, como ocorre também com as escolas privadas, que têm parte das despesas igualmente abatidas no imposto de renda.