O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou os ataques aos tucanos na área de educação, expandindo as críticas que ele fez ontem as administrações Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin, e incluiu hoje o ex-prefeito paulistano e candidato do PSDB ao governo estadual, José Serra. Embora não tenha citado nominalmente Serra, Lula afirmou em discurso que o governo federal aguardou por mais de um ano, a inscrição pela prefeitura paulistana de 30 mil alunos no Projovem, um programa de qualificação profissional conduzido pela União. "Colocamos 30 mil vagas à disposição e lamentavelmente ficamos esperando por mais de um ano e o prefeito não atendeu e não preencheu as vagas", afirmou Lula, referindo-se a Serra, após assinar convênio com Consórcio Social da Juventude do ABC, em Santo André, no ABC paulista, em que a União financiará a qualificação de 2 mil jovens, nas sete cidades que formam a região, com investimento de R$ 4,5 milhões. Nos ataques que repetiu aos governos Alckmin e Fernando Henrique, Lula voltou a dizer que a criação de vagas foi pequena nas universidades paulistas nos últimos anos e que o Prouni, programa do Governo Federal de concessão de bolsas para alunos em universidades privadas, estaria suprindo a falta de vagas nas universidades públicas. Ontem, o presidente acusou a administração Alckmin de "premeditadamente" ter enfraquecido o ensino público. Hoje ao repetir os ataques ao governo Fernando Henrique, que em 1998 tomou decisão de o Ministério da Educação não ser mais responsável pela construção e manutenção de escolas técnicas, Lula subiu um tom, dizendo que aquela decisão seria "quase um crime contra a juventude do Brasil". Dizendo que seu governo foi o que mais investiu na história do País em educação, o presidente informou que quatro universidades federais estão em construção hoje, outras seis faculdades se tornarão universidades e quarenta e três extensões universitárias serão construídas. "Não chegamos nem a quatro anos de governo e podem pegar na história da República quem fez mais", desafiou. Ele insistiu que na atual administração federal é "proibido" tratar o tema da educação como "gasto", mas somente como "investimento". Febem e PCC Em mais uma ofensiva contra os tucanos, Lula disse que os internos da Febem e os presidiários ligados ao PCC resultam das chamadas "décadas perdidas" durante o período de 1980 a 2000, e que, além da falta de investimento em educação, o País teve baixos crescimentos econômicos ou "quase nulo". Por fim, o presidente voltou a usar o tema da esperança, assim como o fizera na eleição de 2002. Sugeriu aos jovens que não considerassem "as desgraças" vistas nas tevês e que as pessoas entendessem que a maioria da juventude não está perdida. "Quero dizer que o momento não é de desesperança", insistiu. O presidente deixou Santo André e seguiu para sua residência em São Bernardo do Campo, onde deverá passar o restante do final de semana.